"Se isto voltar a acontecer é sinal que não aprendemos nada com isto". "É uma ferida que vai ficar aberta durante muitos anos, não só para mim, mas para os meus colegas". "Basta! isto não pode voltar a acontecer".
Rui Rosinha - Bombeiro
MIGUEL TEIXEIRA |
O testemunho do bombeiro Rui Rosinha, no passado dia 16 de dezembro, num especial informação na SIC /Notícias, (que conta a história de 10 das 120 vítimas dos incêndios do Verão passado) que foi apanhado pelo violento incêndio que teve origem em Escalos Fundeiros (Pedrógão Grande), após o embate numa viatura Mercedes onde todos os ocupantes morreram carbonizados na fatídica Estrada Nacional 236-1 é verdadeiramente perturbante e interpela-nos sobre "como foi possível isto acontecer" . 4 paragens cardíacas, coma profundo e 14 intervenções cirúrgicas depois para reconstrução da face, seis meses depois da tragédia, o bombeiro voltou felizmente à vida. Vidas destruídas, testemunhos de filhos que perderam os pais e choram "compulsivamente", 64 mortos, uma tragédia que dificilmente se apagará do espírito de quem a viveu e perdeu os seus familiares. Tudo o que o Estado pode fazer para minorar o sofrimento destas pessoas, que perderam familiares e bens, será sempre muito pouco , face à imensidão da tragédia. Que o país saiba retirar ilações para o futuro e que, finalmente se coloque a prevenção, ordenamento e gestão integrada da floresta como uma prioridade nacional. Neste último Verão, como Estado (e o Estado somos todos nós e tem como função principal a proteção dos seus cidadãos), fomos muito pequenos.
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