domingo, 3 de dezembro de 2017

E A MÚSICA FICOU MAIS POBRE…

LÚCIA LOURENÇO GONÇALVES
E o Zé Pedro, um ícone da música portuguesa parte… Não se pode dizer que foi surpresa, o seu estado débil indiciava uma morte anunciada, porém quando confrontada com a sua partida não posso deixar de sentir um nó na garganta. Afinal a música dos Xutos & Pontapés, da qual foi fundador, faz parte de muitas das minhas memórias. E pensar que este grande homem, e músico apaixonado pelo que fazia, deu o seu último concerto há menos de um mês!

De repente dou-me conta que esta banda me acompanhou ao longo dos anos, e curiosamente neste exato momento, o que primeiramente me vem à memória, é ter achado o nome estranho. Só bem mais tarde e, mediante a música que cantavam e com a qual encantavam, descobri a pouca importância que isso tinha. Aliás tornou-se um nome sonante e, que fazia sentido dentro do contexto musical e, talvez, vidas pessoais. Há pormenores que não são por acaso, muitas vezes, a sua irreverência é o que os torna únicos.

Não posso dizer que fui, ou sou fã da banda, sequer gosto de todas as suas músicas, porém trauteei com prazer algumas delas… Afinal, quem não se lembra de “Aqui ao luar”, “O homem do leme”, “A minha casinha” ou “Ai se ele cai”? Músicas que me acompanharam em viagens e que cantei alegremente em momentos descontraídos e felizes vividos em família, transformando-se assim em parte integrante da minha própria história! Estas e outras músicas ficarão nas minhas memórias, de muitos da minha geração e até da geração dos meus filhos.

A partida do elemento mais conciliador é triste… é estranha… Não o conheci pessoalmente, mas não posso deixar de salientar o sorriso que falava por ele. Um sorriso aberto, genuíno e contagiante. Também a simpatia nas palavras e a sua generosidade enquanto ser humano ficaram bem patente em cada aparição pública. E é desta forma, que a sua imagem ficará imortalizada.

Hoje já não está entre nós, a música fica mais pobre, a Humanidade também, afinal o seu sorriso jamais contagiará outros rostos.

“Para sempre” e até sempre Zé Pedro!

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