JOSÉ EMANUEL QUEIRÓS DR |
Anda disseminada pelo nosso Mundo
um tipo de brutalidade que não é dele mas tem a sua marca associada ao estádio
evolutivo do Homem.
Observando o decurso dos tempos e
considerando os marcos da História do Mundo poderemos reconhecer que o Homem,
genericamente, conserva e transmite uma matriz de natureza demoníaca que o leva
a incorrer em múltiplas variantes de brutalidade comportamental, troglodita,
invasora, abusiva, tribal e impulsiva, independentemente dos territórios, das
culturas, das etnias, das sociedades, das famílias e, até, dos géneros.
Poder-se-á configurar uma
evidência – não muito bem compreendida de todos, é certo! –, de que todos
estamos num estágio interino terreno em distintos momentos de evolução
emocional-mental-consciencial.
Se atendermos ao pulsar do mundo
espelhado por cada um no seu meio, verificaremos como tudo está deliberadamente
estruturado com o objectivo de manter o indivíduo condicionado pelo temor e
pelo castigo aos normativos que fazem dele mais uma ovelha em pastoreio entre o
redil e o açougue.
A educação ocidental aponta
também para essa dominação do Homem através da ideia do saber e do
conhecimento, como se o progresso e a evolução sejam algo absolutamente
distante e exterior ao indivíduo, só possível de ocorrer em meios laboratoriais
por mãos de cientistas. Assim não é, de facto!... Todos estamos com os pés no
chão convocados para a transformação de nós próprios, por nossas próprias mãos
(tal como uma alquimia!), nos contextos específicos em que cada um se encontra
perante o outro e em que cada um é o cientista ao comando da sua experiência
existencial com domínio sobre o seu próprio laboratório.
É essencial perceber que a
realidade e a actualidade iniciam em cada um e nele terminam, e que é o
indivíduo o protagonista de todas as acções que fazem mover a sociedade e o
mundo.
No momento em que o sistema
educativo integrar no seu paradigma o Todo (o cosmos) e a parte (o indivíduo)
com o propósito da sua íntegra harmonização, então, aí, reconsiderando os
objectivos do processo que o tornou universal deverá inflectir o seu rumo
actual, orientando-o para os domínios da consciência, constatando o quanto tem
contribuído para construir o Mundo às avessas, ao arrepio da Terra, do Universo
e da omissão da própria humanidade que em cada um permanece oculta.
Em seu proveito individual,
intrínseco e próprio, muito tem o homem comum (potencial fonte do crime) a
reconsiderar a causa primeira da sua existência, aprendendo com os erros e a
barbárie perpetrados sobre si e contra o seu meio, fazendo por erradicar de sua
natureza essa dimensão impulsiva e ultra-selvática por que é dominado em
circunstâncias de excepção cada vez mais comuns. Pelo seu lado, a sociedade,
que se reproduz em cada um dos seus membros, também tem o dever de se
reconhecer retardada pela ineficácia genérica das metodologias e ferramentas
integrativas e punitivas de que dispõe e tem vindo a usar 'a priori' e 'a
posteriori', para que possa ser plenamente assumida com semelhante valor
civilizacional repercutido em todos.
No decurso da presente
experiência existencial, muito pobres têm sido as 'cartas de marear' e a
divulgação do conhecimento sobre as rotas e os portos do nosso mundo que em
educação comum recebemos. De referir, concretamente, o deficitário modelo de
educação que vem sendo adoptado para todos por igual, atingindo uns e passando
ao lado de outros, perfeitamente eficaz no exercício e adestramento das
capacidades intelectuais, mas absolutamente incapaz no que toca à descoberta do
papel do indivíduo no Mundo, no entendimento do processo existencial e na
procura individual de um permanente aperfeiçoamento, harmonização e pacificação
interior.
O nosso Mundo tornar-se-á
progressivamente menos agreste e mais suave assim que cada um souber que deve
levar de vencida seus próprios adamastores.
CIVILIZAÇÃO, EDUCAÇÃO E EVOLUÇÃO - Parabéns ao José Emanuel, por este texto. E, por uma feliz coincidência, estes são os princípios básicos para o projecto - GEO escola do Futuro, apresentado por Roberto Moreno, no âmbito dos projetos da Fundação Geolíngua, ao Ministério da Educação e Ciência de Portugal. - Este projeto teve o seu inicio em 1974, em São Paulo, no Brasil. Hoje, 4 décadas após, é actualizado e já conta com vários apoios ideológicos e materiais, para a sua implantação a partir de Portugal e, daí para o Brasil, Galiza, Badajoz e Olivença, e, outros locais onde haja interesse em fazer parte da União Iberófona. Um universo com 800 milhões de pessoas, em 30 países, nos 5 continentes, ligados pela GEO escola, de uma forma Real, Virtual e Interactiva, e tudo a custo ZERO! - Quem estiver interessado é só entrar em contacto - robertomoreno@geopress.org
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