ALINA SOUSA VAZ DR |
Antes de tecer considerações sobre o
tema proposto, reitero, desde já, o seguinte: Banhos Públicos? Continuem, se
for possível, até durante o Inverno!
Partindo desta premissa, deixo, de forma
evidente, a minha opinião sobre o assunto, ou seja, não critico ninguém que
tome o banho público, porque por trás dessa atitude está uma ação ainda mais
nobre que se relaciona com o ato solidário.
Todavia, no meu entender, existem três
tipos de banhos públicos: O Ice Bucket
Challenge iniciado nos EUA, para ajudar a Amyotrophic Lateral Sclerosis (ALS)
Association, os Banhos Públicos em Portugal, lançados pela equipa das manhãs da
Comercial, com a finalidade de ajudar
a Associação Portuguesa de Esclerose lateral Amiotrófica (APELA) e os banhos
sem sentido, título da minha autoria, aqueles que evitam pagar um jantar ao
amigo sem fundo solidário algum.
Nos EUA há 30 mil pessoas com ELA, muito pouco se
pensarmos que são duas pessoas em 100 mil, em Portugal os números apontam para
700 pessoas com a doença diagnosticada.
Nos EUA, a campanha pública no ano passado pela ELA
deu 2,1 milhões, este ano, porque alguém se lembrou de inventar um vídeo do
balde de água fria pela cabeça, elevou os números para 41 milhões, em Portugal,
mal os desafios começaram, em menos de 48 horas a campanha já ia nos 10.000
euros.
Contudo à volta destes desafios tem-se criado uma
grande celeuma, pois há pessoas que comentam os banhos públicos de forma
negativa: “os banhos não ajudam ninguém”, “os donativos não chegam a quem de
direito”, “que os famosos só querem é promoção”, “ que a água é um desperdício
quando há crianças a morrerem à sede”…
Eu refuto, é evidente que era bom que todos estes
baldes de água viessem sempre associados a um donativo, melhor ainda, que não
fossem precisos estes baldes de água gelada para se evidenciar um tema tão
sério e importante. Mas, com donativos ou não, os famosos das mais diversas
áreas estão a conseguir passar a palavra e muitas pessoas e empresas acabam por
fazer doações mesmo que não entrem no desafio. Só o facto de alertar para a
doença a ação já é positiva, pois todos saímos mais informados desta corrente
solidária.
Através deste fenómeno viral, um maior número de
pessoas ficaram a saber que a ELA é uma doença neurológica que vai progredindo
ao longo do tempo e os doentes vão perdendo a capacidade de movimentarem os
músculos das pernas, dos braços, mas também de outros essenciais para mastigar,
engolir, falar e até mesmo para respirar. A ELA não tem cura e afeta homens e
mulheres, sobretudo a partir dos 40 anos. Apesar de já existirem medicamentos
que atrase a evolução da doença por períodos de 3 a 4 meses, em média o tempo
de sobrevivência é de 3 a 5 anos.
Colocar no facebook um vídeo a deitar um balde de água
gelada na cabeça até parece ridículo, realmente parece, mas há tanta informação
e fotografias ridículas por lá. Não queres água sobre a cabeça?! Então doa
roupa, alimenta um sem-abrigo, deposita 2 ou 3 euros em contas de crianças com
doenças graves e ou com necessidades especiais.
Mas NÃO CRITIQUES, FAZ!
Parabéns Professora! Gostei imenso. :)
ResponderEliminarParabéns Professora! Gostei imenso. :)
ResponderEliminarObrigada Patrícia! No fundo são vocês (alunos e ex alunos) que, muitas vezes, me inspiram! Cada um de vocês dentro do seu jeito é uma riqueza, que tive sorte em conhecer! :)
ResponderEliminar