sexta-feira, 22 de novembro de 2013

EXIGÊNCIA

Gabriel Vilas Boas
DR
A exigência é um valor, uma mentalidade, uma cultura.
Sempre será uma escolha pessoal/individual, mas ganha uma dimensão superior quando se transforma em coisa pública e adquire uma dimensão coletiva. 
Ser exigente consigo é uma prova de inteligência. Qualquer evolução pessoal, cultural, económica ou social só é possível num indivíduo que se desafia e se tenta superar nas várias dimensões da sua existência. Nesse sentido, é sábio aquele que percebe quão importante é a exigência pessoal para atingir os seus objetivos de vida. Por isso, perspetivo a exigência que cada um coloca a si próprio como um valor fundamental. 
Como nasce na determinação de cada um é por isso uma questão de mentalidade. Temos de estar convictos de que a exigência é um valor fundamental para nós. Contudo, as mentalidades não brotam por geração espontânea. Fazem-se, constroem-se! Como? Através do exemplo. Dos pais aos filhos, dos professores aos alunos, dos patrões aos empregados, dos governantes aos cidadãos. No entanto, é fundamental que aqueles a quem cabe dar o exemplo entendam a exigência como valor nuclear. 
A exigência ensina-se e aprende-se. Por isso mesmo é também uma arte. Uma arte difícil, todavia profundamente sedutora. Quando a exigência de quem lidera consegue entusiasmar aqueles que são liderados dá-se um salto qualitativo e quantitativo verdadeiramente assinalável. É assim na escola, é assim nas empresas e é assim na vida pessoal. 
A exigência transporta consigo uma notícia boa e outra má. A boa é que está ao alcance de cada um a má é que sempre será difícil, pois implica constante superação. Qualquer pessoa pode e deve ser exigente consigo. “Marcar-se” metas, objetivos realistas e alcançáveis mas desafiantes. Deve ser vista de acordo com as circunstanciais e com as capacidades evolutivas de cada indivíduo. No entanto, é um exercício para a vida! É um processo que nunca está acabado. Ora isso não deve constituir uma angústia, mas um projecto, a um tempo, arrojado e libertador. Para isso é preciso percecionar a exigência como um valor, depois transformá-la em mentalidade. Então estará dado o passo fundamental para que ela adquira a dimensão de cultura. 
Podemos fazer isto tudo individualmente. Será uma vitória relevante, mas apesar de tudo pequena. Verdadeiramente grandioso é fazer isto coletivamente. E quanto maior o grupo for, melhor. Quando exigência se torna o padrão dum grupo, duma empresa, duma sociedade temos, de certeza, grupos mais capazes, empresas mais competitivas, sociedades mais fortes.
Hoje, a exigência, enquanto mentalidade e cultura, é a marca de água dos povos evoluídos, modernos, felizes. Ser capaz de produzir indivíduos exigentes qualquer país é capaz. Ser capaz de produzir sociedades com cultura de exigência é uma tarefa… muito exigente para qualquer indivíduo. Mas talvez seja essa a fronteira entre vencer e triunfar. Eu sempre achei que verdadeiramente glorioso era triunfar. 

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