MOREIRA DA SILVA |
É uma mistura emaranhada de sentimentos que nos envolve e nos aperta o coração, quando os nossos sentidos se deslocam para o outro lado do Atlântico e atracam na América do Sul, num país destroçado e à deriva, de seu nome Venezuela. Este país já foi uma potência económica, mas a péssima administração do regime “chavista” levou-o ao declínio.
A Venezuela quando era um país rico tinha como principais indústrias a extração de petróleo, gás natural, ouro, minério de ferro, carvão mineral, mas também tinha outro tipo de indústrias como: siderúrgicas; químicas, agrícolas e pecuárias. A política e os políticos destruíram o país, que tinha grandes potencialidades chegando a ter uma enorme vaga de imigração, onde se incluíam muitos portugueses.
Os emigrantes que tanto ajudaram o país a prosperar são agora corridos ou fogem, como aconteceu com milhares de emigrantes que saíram à pressa e estão a regressar a Portugal. Só nos últimos meses, cerca de 4000 emigrantes portugueses e lusodescendentes chegaram à Madeira vindos da Venezuela.
Este país que chegou a ter a mais próspera economia da América Latina foi transformado no país com a pior economia do mundo, através de governantes que se autoproclamam “defensores do povo”. A Venezuela tem tido dificuldades em fixar divisas, assim como importar todo o tipo de bens de primeira necessidade, como alimentos e medicamentos.
Enquanto os venezuelanos são obrigados a ir para as filas de racionamento de comida, os governantes “tão defensores do povo” (Chaves e depois Maduro) aumentavam as riquezas pessoais e familiares. Esta corja de políticos que impuseram a ditadura venezuelana tem tido o apoio e a solidariedade de políticos portugueses oriundos de uma certa esquerda ortodoxa e esclerosada que sobreviveu à queda do muro de Berlim e ao colapso do bloco de Leste. Esta esquerda ainda não consegue distinguir a ditadura da democracia, nem sabe o que são os direitos humanos.
É contra a grave situação em que o país está mergulhado que a maioria da população tem resistido, pois sabem que todos os indicadores económicos apresentam uma situação negra, que se vai deteriorando muito rapidamente e que não vai melhorar tão cedo.
O povo venezuelano sente que está sem tempo e sem dinheiro, mas também sente uma onda de violência e repressão que já fez diversas prisões e centenas de mortos em manifestações. O próprio ditador Nicolás Maduro já avisou que o ajuste de contas está a começar.
E o ajuste de contas começou mesmo, pois os políticos mais proeminentes da Venezuela que têm denunciado a grave situação do país foram mais uma vez sequestrados pela calada da noite e levados para um complexo militar. O presidente do governo venezuelano afirmou que: “Vamos ajustar todas as contas”. Também garantiu que tinha várias celas preparadas para “acomodar” os deputados e os políticos da oposição.
Parafraseando o falecido monarca espanhol Juan Carlos: Por qué no te vas Nicolás? O que quer dizer: Vai embora Nicolás, mas vai depressa antes que o teu país possa ter um colapso total e entrar em guerra civil.
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