sábado, 11 de julho de 2015

CUIDADO COM AS ALERGIAS

ANTONIETA DIAS 
As doenças alérgicas atingem uma percentagem bastante significativa da população mundial, sendo a rinite e a asma brônquica as mais comuns.

São doenças crónicas com um forte impacto na saúde pública e na economia mundial, não só pelo fato de exigirem uma terapêutica crónica, mas ainda porque têm implicações no rendimento laboral e escolar pelo absentismo que originam.

A alergia é uma doença inflamatória, caracterizada por um hipersensibilidade imediata ou tardia conforme o tipo de alergénio que a provoca desencadeando uma resposta exacerbada do sistema imunológico a um estímulo externo especifico que invade o organismo.

Os alergénios, estimulam o nosso sistema imunológico levando a uma reação de hipersensibilidade especifica que pode ser imediata ou humoral (reações de tipo I, II III, da classificação Gell e Coombs), sendo estas as respostas mais comuns, todavia existem outras situações alérgicas que se caracterizam por respostas mais tardias cujas manifestações sintomáticas surgem muitas horas depois (mediadas por células de tipo IV) do contato com a substância alergénica em que as reações de hipersensibilidade podem ser mais ou menos exuberantes, de gravidade severa e nalguns casos fatais, se provocarem reações anafiláticas (reação sistémica aguda), de instalação súbita e de evolução muito rápida (5 a 10 minutos), comprometendo os diferentes órgãos e sistemas (pele, aparelho respiratório, cardiovascular e gastrointestinal) com disfunção miocárdica e choque exigindo por isso uma intervenção de emergência médica imediata.

Estão descritos e documentados na literatura casos de reações anafiláticas brutais quando se associa exercício físico com a ingestão de alimentos a que a pessoa é alérgica.

A atopia leva à produção de IgE especifica para um grande número de antigénios presentes no meio ambiente (pólen de plantas, ácaros, pó doméstico, pelos e penas de animais).

Os sintomas nas reações alérgicas podem ser mais ou menos graves, mais ou menos complexos, variando com a agressividade das substâncias e com a resposta imunológica individual de cada um.

As alergias podem manifestar-se através de uma sintomatologia mais ligeira que passa pelo vulgar prurido (comichão), presente na região ocular ou na pele, associado ou não a um eritema ou eczema (pele seca, prurido cutâneo, urticaria (pápulas, localizadas ou generalizadas, cor de rosa ou pálidas, com sensação de prurido, ardência ou picadela), por conjuntivite, rinite alérgica (nariz obstruído, prurido no nariz, na garganta, boca ou lábios, associada a laringite). Nalguns casos as manifestações começam por apresentar olho vermelho, edema palpebral rinorreia, crises de espirros, lacrimejo, urticaria. Nos casos mais graves com quadros gastrointestinais (diarreia, vómitos, dores de estômago, náuseas, perda de peso), ou mesmo asma em que os indivíduos asmáticos, apresentam uma hiper-reactividade ou hipersensibilidade das vias áreas que se manifesta por um broncospasmo exagerado com quadro de tosse, falta de ar, pieira e respiração sibilante, muitas vezes despoletados pela exposição aos alergénios, exercício, ar frio, ar seco, odores ou fumo de cigarro.

A asma é uma doença crónica que pode aparecer em idades precoces - na criança ou mais tarde no adulto, cuja alergia pode ser ao pólen (Ex gramíneas, ervas e arvores, como bétula, parietária e oliveira), ácaros do pó doméstico (dermatophagoides pt, lepidoglyphus df.), baratas, animais de estimação (gatos ou cães, cavalos ou aves) penas, pelos, descamação epitelial de animais domésticos, esporos de fungos e bolores e pó de grãos e favas.

O síndrome de alergia oral, manifesta-se quando existe uma reação cruzada ao pólen com a ingestão de vários alimentos e pode ocorrer em pessoas alérgicas ao pólen.

Nas crianças os alergénios mais comuns são os alimentares (ovos, leite, trigo, peixe, amendoins, soja, avelãs, morangos, frutos secos e leguminosas (avelãs, castanhas de caju, amendoins, nozes, maças, pêssegos, peras, cerejas, ameixas, kiwis, alperces, sementes. Os venenos de abelhas ou vespas podem provocar reações anafiláticas.

Podem ainda surgir reações alérgicas aos fármacos, podendo ser classificadas como: tipo I, mediada por IgE (anafilaxia, urticária, broncoespasmo, angioedema); tipo II (reações citotóxicas); tipo III (complexos imunes); tipo IV, mediada por células T (alergias de contato).

As vacinas são um excelente método alternativo para a dessensibilização, todavia só existem vacinas para alguns alergénios.

Como recomendação final alerta-se para a necessidade das pessoas serem portadoras da informação das substâncias a que são alérgicas em local bem visível. 



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