MARIA DO CÉU OLIVEIRA |
A diabetes mellitus é uma doença crónica caracterizada pela falta de produção de insulina ou por uma incapacidade das células em utilizá-la devidamente (insulinorresistência), resultando num aumento de glicose (açúcar) no sangue.
A glicose é essencial à vida, sendo utilizada pelo nosso organismo para produzir energia indispensável ao funcionamento normal dos vários órgãos e tecidos.
Para que a glicose possa ser transformada em energia, tem que passar do sangue para o interior das células, sendo para isso fundamental a acção da insulina.
A insulina é uma hormona que é produzida no pâncreas e que tem como função principal promover a entrada da glicose nas células.
A falta da insulina ou um defeito na sua ação resulta portanto em um aumento de glicose no sangue, o que designamos por hiperglicemia.
Esta hiperglicemia provoca dois grandes problemas. O primeiro e a curto prazo, é a falta de glicose dentro das células, que precisam desta para funcionarem adequadamente.
O segundo ocorre após alguns anos da doença. O excesso de glicose, é prejudicial para os vasos sanguíneos, fazendo com que estes sofram progressivas lesões, conduzindo às típicas lesões da diabetes, tais como problemas renais, cegueira, doenças cardiovasculares, lesões neurológicas, entre outras.
Existem diferentes tipos de diabetes sendo os mais comuns diabetes mellitus tipo 1, diabetes mellitus tipo 2 e diabetes gestacional.
Diabetes mellitus tipo 1
É uma doença autoimune, geralmente diagnosticada na infância ou na adolescência de uma forma súbita e repentina.
Devido a um processo de destruição das células β do pâncreas, estas deixam de produzir insulina. Sem esta, a glicose aumenta no sangue, levando a hiperglicemias. Por este motivo torna-se indispensável o tratamento com insulina pelo que também é conhecida como diabetes insulinotratada.
Diabetes mellitus tipo 2
É uma doença que também apresenta algum grau de diminuição na produção de insulina, mas o principal problema é uma resistência do organismo á insulina produzida, fazendo com que as células não consigam captar a glicose circulante no sangue.
Esta forma ocorre principalmente em adultos, geralmente obesos, com histórico familiar de diabetes.
O excesso de peso é um dos principais factores de risco. Vem muitas vezes acompanhada por outras condições, incluindo hipertensão arterial e colesterol alto, aumentando a possibilidade de doenças cardiovasculares.
Existem ainda outros factores de risco tais como ingestão calórica excessiva, tabagismo, sedentarismo, etc.
Diabetes gestacional
Esta forma de diabetes surge durante a gravidez geralmente devido a uma resistência á acção da insulina e desaparece habitualmente após o parto.
A diabetes gestacional está associada a diversos problemas para o feto, incluindo parto prematuro, problemas respiratórios, hipoglicemias após o parto, bebés de tamanho acima do normal e maior risco de diabetes tipo 2 para a mãe e para o filho.
Os Sinais e sintomas da diabetes incluem:
Vontade de urinar frequente (poliúria) - Devido a uma elevada concentração de glicose no sangue, o organismo utiliza meios para eliminar este excesso através da urina.
Sensação constante de sede (polidipsia) - A sede excessiva torna-se um mecanismo de defesa contra a desidratação, pois o organismo perde muitos líquidos através da eliminação frequente de urina.
Muita fome (polifagia) - Pelo facto de as células não conseguirem captar a glicose que se encontra em excesso no sangue, o organismo interpreta que está em jejum, tendo necessidade de obter esta energia através da alimentação.
Dificuldade de cicatrização de feridas - Esta situação ocorre por uma diminuição da função das células, que tem como finalidade a reparação dos tecidos, pela diminuição da proliferação celular e pela dificuldade de irrigação sanguínea.
Visão turva- O excesso de glicose, provoca alterações do cristalino do olho, diminuindo a capacidade do foco, o que torna a visão turva.
Cansaço – O cansaço é devido á falta de capacidade das células em captarem a glicose, reduzindo a produção de energia do corpo.
Emagrecimento rápido - A perda de peso é um sintoma mais comum na diabetes tipo 1, podendo também ocorrer na diabetes tipo 2. A insulina é também responsável pelo armazenamento de gorduras e pela síntese de proteínas no organismo. A sua ausência impede esta função.
São várias as complicações que a diabetes pode causar:
As alterações vasculares na região dos olhos podem provocar lesões na retina. É a chamada retinopatia diabética, que pode levar à perda da visão.
O excesso de glicose agride a parede dos vasos, facilitando o acumular de gordura e as inflamações que entopem artérias, levando ao aparecimento de doenças cardiovasculares.
As lesões nos vasos e a dificuldade da irrigação diminuem a sensibilidade nos membros inferiores (Neuropatias). O pé do diabético é extremamente susceptível a feridas, que rapidamente evoluem para úlceras de difícil cicatrização, que podem levar à amputação.
A dificuldade de circulação de sangue no pénis pode causar problemas de disfunção sexual.
Se não for controlada pode causar comprometimento da função renal, levando á insuficiência renal.
Quem tem um diagnóstico de diabetes deve mudar radicalmente certos hábitos por toda a vida. Aprender a viver com a diabetes de uma forma saudável é fundamental para manter uma boa qualidade de vida.
Somente um equilíbrio perfeito entre a alimentação adequada, exercícios físicos, medicação e vigilância periódica consegue manter os níveis de glicose adequados, para prevenir as complicações tardias.
Sem comentários:
Enviar um comentário