ANABELA BORGES DR |
Não pode ser! Nem quero acreditar!
Fiquei em estado de choque quando soube que vai ser realizada, HOJE, em Amarante, uma tourada - “espectáculo, em terreno cercado, no qual se enfrenta e procura dominar um touro bravo” (Infopédia; Porto: Porto Editora, 2003-2014); “espetáculo sangrento em que um toureiro enfrenta, quase sempre até a morte, um touro selvagem dentro de uma arena.” (http://mundoestranho.abril.com.br/)...
An, que é a tradição. An, tradição, o tanas!
O que seria do ser humano se se mantivessem todas as tradições? Felizmente, já fomos capazes de acabar com muitas. Felizmente!
Manter tradições é saber escrutinar o que é bom e faz bem aos homens, à natureza, aos bichos.
Para que somos, então, dotados de racionalidade? É só para fazer o mal? Para sujeitar à nossa vontade quem não pediu para fazê-lo? Para satisfazer caprichos ridículos? Para humilhar? Torturar?
Pelo que se sabe, as touradas, na Península Ibérica, remontam ao Séc. XII (sim, na Idade Média, também conhecida como “idade das trevas”). Oh, ímpios, estudem um pouco da sua história. Vejam como e porque surgiram as touradas. Continua a fazer-vos sentido? Pois, se continua, eu direi que sois ridículos. Direi que tendes prazer em praticar o mal. E fico triste, muito triste.
A minha cidade não tem tradição em touradas.
Por favor, não deixem que se vislumbre uma frincha, um raio de luz, por pequeno que seja, para esse antro de sofrimento (dos animais, a quem não se pediu opinião, apenas se lhes remeteu sujeição, pois claro). E raios, se os houver, que sejam para impedir que tamanha barbaridade aconteça na cidade que tanto amo e me viu nascer.
Não quero saber dos cavaleiros, mas sim dos cavalos; não quero saber da tauromaquia e de tudo o que a caracteriza, mas do mal que fazem aos touros; não quero saber da lide, da pega, e muito menos da aficion. Todas as razões que se apresentam nada valem para mim.
CHEGA. CHEGA DE TOURADAS!
E, já agora, também não vou a nenhum espectáculo de circo que inclua animais.
Era, mas era, de uma vez por todas, encerrar a porcaria das touradas nos mais fundos arquivos históricos dos tempos, para servir de estudo às gerações presentes e às vindouras como uma das entre muitas barbáries cometidas pelo Homem ao longo da História. Isso é que era.
E, olhai, que é bem triste eu estar a escrever este texto na segunda década do século XXI.
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