A premissa de Fernando
Pessoa serve de base para explicar revoltas internas, como a minha, pela
incapacidade de fazer algo perante a barbárie que está a acontecer ao ser
humano pelo mundo.
ALINA SOUSA VAZ DR |
Contudo, hoje, uma
brisa chegou com a notícia do cessar fogo permanente entre israelenses e
palestinianos em Gaza. A pergunta que se coloca de imediato é: - Haverá
esperança para estes povos?
Até quando líderes,
movidos por interesses políticos, incitarão, covardemente, uma cultura de
cólera no coração do seu povo contaminando o legado de pais para filhos?
A ortodoxia e o
fanatismo doutrinário inflamados por um ódio secular levam grupos radicais
sunitas a ter como objetivo primário a eliminação de Israel da história.
Independentemente das suas histórias, que penso que alguns de nós não as sabe
em concreto, todos os seres humanos têm direito a viver em paz. Esta devia ser
a base de partida para as conquistas dos seus interesses políticos e
territoriais.
Este conflito entre Israel e os grupos
armados palestinianos, que se iniciou em 8 de julho, fez mais de 2.130 mortos
do lado palestino e 69 entre os israelenses. Números que esses grupos armados
usam para justificar a continuação da luta derramando o sangue de milhares de
inocentes, incluindo o de cristãos e outras minorias religiosas. Com o intuito
de levar a cabo o califado mantêm campanhas militares expansionistas, ameaçam
todas as nações que intervenham provocando dor e sangue.
“Quem tem alma não tem calma” perante
ideologias de ódio e genocídio que são refletidas no
artigo 7 do Estatuto do Hamas, no qual se lê: “Há um Judeu escondido atrás de
mim. Venha e mate-o!"
“Quem tem alma
não tem calma” em ver armas escondidas em hospitais.
“Quem tem alma
não tem calma” em ver escolas como pontos para lançamento de mísseis.
“Quem tem alma
não tem calma” nas consecutivas interrupções de acordo de cessar fogo, mantendo
o seu próprio povo como refém.
Mas hoje
acordamos com uma “luzinha” que muitos não acreditam que continue a brilhar. A
Luz da Esperança! Esperança que levou à comemoração
pelo fim do conflito, onde tiros de alegria foram disparados para o ar,
enquanto nas mesquitas se agradecia a Deus através de alto-falantes.
O Ministério das Relações Exteriores
egípcio, mediador das conversações, informou que o acordo prevê a abertura
imediata dos pontos de passagem entre Israel e Gaza para a rápida entrada de
ajuda humanitária, equipas médicas e de meios para sua reconstrução.
A PAZ não tem preço. Não se compra nem
se vende. Consegue-se atingi-la quando o ser humano está carregado de bons
princípios morais, sociais, cívicos e, acima de tudo, quando tem respeito pelo
seu semelhante. Palavras difíceis nesta guerra, eu sei, mas chega de se usar
crianças como escudo-humano.
O fundamentalismo não tem fim...
ResponderEliminarParabéns Alina, pela belíssima crônica.
Dizer, ou melhor, escrever o que sentimos, é uma linda forma de contribuição a humanidade.
Foi muito inspirador professora. Parabéns, uma crónica excelente.
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