quarta-feira, 15 de abril de 2015

POLYPHONIA

“Polifonia – é a arte das melodias simultâneas”
In Enciclopédia Luso-Brasileira de Cultura 

PAULO SANTOS SILVA
Este termo do vocabulário musical, tem as suas origens no período da História da Música que ficou conhecido por Ars Antíqua, embora já antes se possam encontrar composições que podem ser consideradas polifónicas ou, pelo menos, diafónicas (polifonia a duas vozes). O expoente máximo neste período, foi a chamada Escola de Notre-Dame de Paris, onde pontificaram compositores como Léonin e Pérotin. 

Ao longo dos períodos seguintes da História da Música, esta arte foi sendo utilizada e desenvolvida na composição musical, tendo ganho enorme importância, quer na música sacra, quer na música profana. 

Seria fastidioso enumerar todos os compositores que a utilizaram e a elevaram ao seu nível mais alto, tantos e tão bons eles foram. Apenas para citar exemplos, no que à polifonia vocal diz respeito, destacaríamos os magníficos corais de Bach, as missas de Mozart, a 9ª Sinfonia de Beethoven e as óperas de Verdi. 

Também outros estilos musicais mais recentes, fazem uso da polifonia. Destaque para a música Jazz, onde um novo conceito de polifonia, denominado de close harmony, tem vindo a ser utilizado. Este conceito, explicado de forma simples e direta, traduz-se no facto de as notas entoadas pelos cantores serem por vezes bastante próximas, não perdendo no entanto a sua função harmónica no conjunto. 

No que diz respeito à música tradicional portuguesa, encontramos belos e variados exemplos. O mais conhecido de todos, será porventura o recentemente considerado pela UNESCO como Património Imaterial da Humanidade – Cante Alentejano. Mas há outros. Aconselho, por exemplo, uma viagem por terras da Beira Baixa, onde encontramos belíssimos exemplos de polifonia a três vozes.

A esta altura, certamente que já lhe terá despertado curiosidade o facto de estarmos a falar de polifonia e o título da crónica ser polyphonia. A confusão é propositada e servirá para lhe falar de um projeto que dá os primeiros passos em Amarante – o Coro Polyphonia Ensemble. 

O Coro Polyphonia Ensemble, fundado em Amarante, mais propriamente na freguesia de Lufrei, assume-se como um coro que tem como objetivo especializar-se na interpretação de música coral polifónica, promover e divulgar a arte coral com a maior qualidade e dignidade possível, promover regularmente ações de formação vocal e coral abertas ao público em geral, levar mais longe o nome de Amarante e da música coral polifónica. Apresentou-se pela primeira vez ao público no dia 11 de janeiro de 2015, num Concerto de Reis levado a cabo na Igreja de Lufrei. 

Sendo um projeto novo e que assenta os seus padrões na qualidade musical das suas propostas e da sua interpretação, diria que merece (com toda a certeza) ser acarinhado pelos amarantinos.

É precisamente por isso que termino esta crónica, não com um link para um vídeo disponível na internet, mas com um convite. 

O convite é para que se dirija à Igreja de Lufrei, no próximo dia 19 de abril (domingo), às 15,30h e aí possa assistir ao Concerto de Páscoa do Coro Polyphonia Ensemble. Vai ter a oportunidade de ouvir obras de compositores como Bruckner, Palestrina, Bach, D. Pedro de Cristo, Fenando Lapa, entre outros. Aceite o convite e verá que não vai dar o seu tempo por mal empregue. Bem pelo contrário!

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