Ao sétimo dia descansou (Genesis 2:2).
No Sacrè Coeur, rezei por ti.
ANABELA BORGES E O MARIDO |
Sétimo, e último dia:
Acordamos calmamente e preparámos as malas.
Este dia estava previsto ser leve e apaziguador. Era o dia da despedida.
Demos um bom passeio, pelas margens do Sena e atravessando as suas belas pontes. Comprámos algunssouvenirs, coisa pouca, para as pessoas mais chegadas.
Como já nos vínhamos habituando, comprámos também o farnel, que era quase sempre composto por saladas e baguetes, e caminhámos, rumo ao Jardin Du Luxembourg. Lá, apreciámos a calma dentro de um dos pulmões da cidade. Ficámos por ali, até à tarde, merendámos, comemos crepes e bebemos café.
À tarde, apanhámos o metro. Por esta altura, depois de tanto treino, já todos éramos mestres nas andanças do metropolitano. De facto, este é um meio de transporte bastante eficaz. Depressa se atravessa a cidade de um ponto para outro.
A tarde estava reservada para o bairro de Montmartre.
Saímos do buraco do metropolitano, como toupeirinhas admiradas, num beco que mais parecia o meio de uma estrada / avenida, dando, literalmente, de caras com o Moulin Rouge.
Daí, começámos a subir, calmamente, passeando por aquele que é o bairro mais emblemático de Paris.
A região de Montmartre fica a norte de Paris, no bairro 18, no alto de uma colina, e é uma das regiões mais bucólicas e charmosas da cidade. Para quem é português, facilmente faz lembrar o bairro Alto, por ser um bairro pitoresco. É preenchido de bares, restaurantes, cabarés, lojinhas de souvenirs, músicos, pintores de rua. Além disso, como fica no alto de uma colina, oferece uma das mais lindas vistas sobre a cidade. O local tem, de facto, a magia dos filmes, o charme de Amélie.
Facilmente chegámos às traseiras da famosa basílica de Sacrè Coeur. Três padres caminhavam pelo passeio, numa atmosfera teatral, dando a impressão de estarmos a entrar num cenário mágico, de filme.
A visita à basílica faz-se de modo muito tranquilo. A mim pareceu-me um lugar de grande paz interior, não obstante os três militares que, tal como em todos os locais que visitáramos, se encontravam a rondar o local. Senti-me em paz.
Após a visita e inscrição dos nossos votos no livro de visitantes e oradores, sentámo-nos, como sempre fazemos em locais de culto, pois só assim conseguimos apreciar devidamente o lugar e absorver as energias embutidas no tempo que tem corrido por ali.
Não tardou muito para começar a missa das 18:30. Três padres rezaram a missa, uma missa curta e bela, uma missa em oração pelo mundo, com padres e oradores, fiéis e curiosos de diferentes nacionalidades.
Por isso, agora eu costumo dizer: “No Sacè Coeur, rezei por ti”.
Estava a ser, de facto, um último dia perfeito em Paris. E foi!
Saímos da basílica para a escadaria. Dali, avistámos toda a cidade, a mudar as suas tonalidades de luz. A ideia de ver ali o pôr-do-sol é maravilhosa. O crepúsculo, dourado-alaranjado-arroxeado, lindo, caindo sobre a cidade, e nós em silêncio, já embrenhados na nostalgia da partida, rodeados de gente de todo o mundo. E a música sempre a tocar, a vários gostos, instrumentos e tons, como a energia que nos foi transmitida da própria cidade.
Regressámos tarde da noite, no desejo de prolongar tudo por mais um bocadinho.
Hoje, todos nós desejamos voltar a Paris.
Aspectos positivos: Paris é, DE FACTO, a cidade-luz. É muito agradável andar a pé é fácil e bastante eficaz andar de metro.
Aspectos negativos: Nada mais a registar. Este foi o último dia em Paris, um dia maravilhoso.
ANABELA BORGES E AS FILHAS |
SETE DIAS EM PARIS – Algumas curiosidades, ou coisas que não contei:
1 - Ir a Paris e não ver uma ratazana é como ir a Roma e não ver o Papa. Pois nós vimos uma! Quando estávamos a aguardar que a Tour Eifel se iluminasse, sentados num pequeno muro, em plena noite, uma ratazana, e bem grande, por sinal, espreitou por um bueiro, e gritou-nos, irritada com a nossa presença, pois certamente queria ir procurar jantar. Nós fomos mais teimosos que ela, por isso voltou para o seu buraco e nós ficámos a avistar as maravilhas de Paris. Na verdade, ele tem Paris durante toda a sua vida e nós só tínhamos aquele bocadinho.
2 – Dei um tombo descomunal, quando saía do museu Rodin, a olhar para os monumentos em volta, tantos e tão belos. Foi um passo em falso, que tombei inteira com o rabiosque no chão (ainda hoje estou para perceber como). Julguei que ia ficar cheia de dores, mas as caminhadas a pé pela cidade, afinal, tinham-me posto em boa condição física. Foi levantar e andar: seguir viagem.
E com isto, deixo outras histórias, outras aventuras para vos ir contando noutras vezes.
Abracinho. E façam sempre boas viagens!
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