SARA MAGALHÃES |
Os homens e as mulheres são os únicos seres capazes de civiçização. O ser humano constroi-se, relaciona-se, tenta compreender o mundo à sua volta, intervém no ambiente, é um ser cultural, constrói civilização.
Mas nem sempre tem sucesso nos seus empreendimentos. A par dos êxitos individuais e coletivos, soma fracassos, desilusões.
A história humana é um desfile admirável de conquistas para o bem de todos, mas as notícias continuam cheias de guerras, sofrimento, impotência perante o mal.
A humanidade consegue feitos admiráveis, como ir à lua, enviar satélites para os confins do sitema solar, mas não resolve problemas como a fome, enquante uma parte dos homens sofre de obesidade. Descobre medicamentos para doenças que moutras eras dizimavam populações inteiras, mas mata milhões de seres humanos por ideologias/fanatismo. Transporta multidões pelo ar, terra e por mar, para qualquer parte do mundo, mas não seixa de guerrear por territórios e fronteiras. Retira do interior da terra ou do fundo do mar riquezas incalculáveis e comunica instantaneamente com o outro lado do planeta, mas ignora populações atingidaspela subnutição, pelo analfabetismo e por doenças curáveis ou entregas a governos despóticos.
Cria redes de comunicação com milhares de amigos, conhecidos e desconhecidos, mas ignora o idoso ou doente que até pode viver na porta ao lado. Admira e eleva ao estrelato pessoas que se distingem no desporto, na arte, na tecnologia, mas priva muitos de contribuirem para a sociedade, condenando-as ao desemprego. E sobre todos paira a possibilidade de uma catástrofe ecológica, se não mudar o relacionamente dos seres humanos com a natureza.
Provavelmente chamamos assim para a "incivilização" do individualismo, do utilitarismo, dos interessesopostos, dos nacionalismos exasperados e dos egoísmos elevados a sistema.
A "incivilização"só pode ser contrariada com a "civilização do Amor".
Em 1980, o Papa João Paulo II, afirmou que: " Se Paulo VI, por mais de uma vez indicou que a "civilização do Amor" é o fim para o qual devem tender todos os esforços tanto no campo social e cultural, como no campo económico e político, é preciso acrescentar que este fim nunca será alcançado se nas nossas conceções e nas nossas atuações relativas às amplas e complexas esferas da convivência humana, nos detivermos no critério do "olho por olho, dente por dente", e, ao contrário, não tendermos para transformá-lo essencialmente, completando-o com outro espírito (...) O perdão é a condição fundamental da reconciliação, não só nas relações com deus e o homem, mas também nas relações recíprocas dos homens entre si. Um mundo do qual se eliminasse o perdão seria a penas um mundo de justiça fria e irrespeitosa, em nome da qual cada um reivindicaria os próprios direitos em relação aos demais."
Neste linha, o mesmo Papa, em 2001 deixou algumas ideias para construir a civilização do amor:
Diálogo;
Solidariedade
Justiça
Paz
Valor à vida;
respeito pela diversidade e natureza
perdão/reconciliação.
O futuro da humanidade passa pela construção urgente da civilização do amor.
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