Convido a todos a ler esta reflexão sobre o Universo que faz José Emanuel Queirós. É este um exercício que implica um esforço da nossa parte: o reconhecimento de uma realidade que justifica a nossa existência. Esta viagem que o autor propõe ao encontro do planeta “Terra” pode ser o início de uma experiência que nos ajude a compreender melhor a razão da nossa existência. Não tenham medo, pois para esta viagem é preciso libertar a nossa mente dos princípios e leis que transformaram o Universo num sistema reducionista e sem nexo. Venham daí e… boa viagem! António Luis Crespí (UTAD)
J. Emanuel Queirós DR |
No intervalo de tempo que o Universo consagrou o Caos ao espaço sem fim e dotou de ordem a matéria do Cosmos impregnando-a de Vida, todos estamos com a Terra envolvidos num processo de apuramento subtil, global e grandioso, individual e comum.
Enquanto tudo se afigura estático e parece submetido a um propósito civilizacional presente, perfeitamente centrado na Terra e desligado do Universo, decorrem no cósmico endereço planetário tempos insuspeitos de mudança e evolução, indiferentes às cronologias da civilização, aos arquétipos sócio-culturais e aos dogmas humanos.
Tudo está submetido à condição de uma permanente transformação. De um caos original para uma ordem consequente, tudo está em alinhamento entre uma singularidade e a sua pluralidade, entre um início e um recomeço interminável que progride numa continuidade transformante e na forma de ruptura da própria progressão linear.
Desde o princípio de tudo o que é material e imaterial, das mais inacessíveis profundezas terrestres ao subtil manto magnético envolvente, dos domínios do conhecimento e da inteligência à ressonância da intuição e da consciência humana, tudo está em incessante estado de alteração atraído por um princípio ordenador universal.
A cada Primavera o grandioso cenário terrestre oferece-se renovado numa aparente repetição cíclica que se eterniza, feito de paisagens erigidas num longo curso astronómico percorrido sem retorno, progressivo e irrepetível.
O dinamismo planetário para que estamos convocados a participar como actores terrenos, em representação directa e consciente, é ininterrupto, perene e surpreendentemente discreto. Toma configuração perceptível tanto nas inclementes perturbações terrestres, como nos actos excessivos e sem norte reflectidos nas tormentas incontidas da Humanidade.
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