ANABELA BORGES |
Aproximando-se a
época das Festas, apetece-me partilhar um texto de uma aluna, uma menina de 14
anos, que tão bem escreveu sobre o saber estar no mundo. Esta é a sua tenra
visão, que é também, atendendo à idade, reveladora de uma certa maturidade, e,
sobretudo, de uma ânsia de partilha, a que ela chama (palavra linda) de “repartir”.
Aqui vos deixo o texto da Diana:
“A Terra
apresenta todas as condições necessárias para que todos possam viver felizes e
sem carência de alimentos [baseia-se aqui numa citação de Gandhi]. No entanto,
o mundo nunca foi, não é, nem nunca será, um lugar fácil. O sofrimento, a dor e
a fome de alguns continuarão a persistir sobre as nossas cabeças. Só que nem
todos queremos ver.
A desigualdade
social existe, e por mais que tentemos evitá-la, fechando os olhos para não vermos
o que nos rodeia, ela continuará lá.
Pergunto,
referindo-me aos líderes mundiais, políticos e não só, por que razão existem
pessoas tão ricas e outras tão pobres? Por que é que determinadas pessoas vivem
tão desafogadamente, sem privações de carácter material, nem essenciais à sua
sobrevivência, e a outras falta quase tudo, senão tudo?
Com isto não
quero, de forma alguma, dizer que não haja pessoas infelizes com todo o tipo de
abundância, e outras muito felizes com muito pouco. Mas sem nada? Como é
possível ser-se feliz sem um tecto, ser feliz com fome? Há ali um vazio muito
grande, difícil de preencher. A pobreza é como um poço sem fundo.
O mundo é um
lugar belo, lá isso é verdade, mas significará isso que não podemos torná-lo
num lugar melhor? Claro que não. Mas, para o tornarmos num lugar melhor, não
chega somente esta minha pequena voz. É
necessário que todos comecemos a remar para o mesmo lado, no que toca à
erradicação da pobreza. São necessárias muitas vozes, vozes que ecoem pelo
hemisfério num grito sem fim. Assim, quando uma onda mais forte vier, não irá
arrastar-nos para o fundo, pois iremos, juntos, avançá-la.
Vamos “repartir”
o mundo!
É preciso muito
para acabar com a fome, aquela que vemos a descoberto e aquela que muitas
janelas escondem.”
Com a devida
vénia à jovem autora deste artigo de opinião, aqui deixo as suas jovens ideias
para reflexão.
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