quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

A VIDA MEDE-SE PELO NÚMERO DE ANOS?

SARA MAGALHÃES
O ano 2014 termina hoje e a maioria das pessoas expressa os seus desejos para o novo ano que se aproxima.

O que faz um ano ser bom ou mau? As expectativas que criamos, os sofrimentos que recusamos e batemos o pé, as alegrias que permanentemente queremos experienciar.

Neste ano que termina, percebi que a vida não é mais do que isto: vitórias, derrotas, perdas e choro, encontros, conversas, desespero, gargalhadas, cansaço, descanso, desabafos, loucuras, comer, passear, ler, ter medo, às vezes ter muito medo, ser grato e muito mais. Em cada ano que passa sou sempre eu a protagonista da minha história e dos meus dias. Sou eu que escolho, sou eu que decido o que sentir a cada situação que surge, mesmo que seja errada. 

Aprende muito errando. No entanto, a partir de uma certa altura começamos a sentir que a idade é um posto. Pode ser sinal de que as asneiras que fizemos, deram-nos mais conhecimento e experiência e que nos evitam alguns dissabores. Ate lá, coloca-se o pé em muitos galhos secos. Cai-se muitas vezes. Lambem-se muitas feridas. Não há mal nisso. Faz tudo parte do caminho. A pergunta que poderemos fazer quando caímos é: será que faz sentido fazer birra por termos caído? A vida diz que não, pois ela própria é composta de mudança. Fazer birra é estagnar. Se a vida não para, por haveríamos nós de parar? Não somos parte dela?

Pode acontecer estramos constantemente a meter o pé na poça sempre que experimentamos caminhos novos, apesar da idade. Mas até isso pode ser normal e saudável, até porque há sempre novas vertentes da vida a explorar. O que não será tão benéfico é escolher o mesmo caminho de sempre por termos receio de errar. Redescobrimo-nos a cada novo passo que damos noutra direção.

E será que temos que acertar à primeira ou acertar sempre? 

A vida não é assim. E se soubermos aceitar isso, poupamo-nos de muito sofrimento. Eu acredito que viemos aqui ou vivemos e existimos para viver experiências e não para acertar, mesmo quando acertamos em cheio. Vivemos e existimos para fazer caminho. E quem segue o caminho, muda todos os dias. Afinal, o importante é sempre o caminho. Não temos que ansiar por nada. Todos temos um a seguir; é apenas uma questão de nos sintonizarmos com ele.

E hoje termina mais um ano da minha vida, viro esta página e espero, com confiança, que possa viver mais 365 dias em sintonia com o meu caminho.

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