quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

FILHOS DA SEPARAÇÃO

JORGE MADUREIRA 
Uma temática que me causa alguma curiosidade e análise.

Como vivem os filhos de pais separados?

Como evitar traumas, e evitar que prejudiquem os filhos? Não me parece que (muitas das vezes) a separação dos pais seja traumatizante para os filhos. Acho (mesmo) que as crianças têm um desenvolvimento perfeitamente normal e bem saudável, preparando-se mesmo para em adultos serem mais flexíveis e com outra abertura. Mas tudo depende (sempre) da maturidade dos pais, e da forma como gerem o divórcio.

Nunca devem utilizar as crianças como “arma de arremesso “. Não devem existir conflitos por resolver, não devem existir agressões verbais, etc. Nunca fazer chantagem emocional com as crianças e ou nunca dizer mal do outro.

Apesar de a cada dia se tornar mais comum, o divórcio do casal é sempre um processo doloroso para todas as partes. Mas penso que o que destabiliza o estado emocional dos filhos não é tanto a separação, mas sim, como a mesma é gerida e vivida.

Tudo muda em todos. Mas pode ser mais ou menos minimizado e mais ou menos ultrapassável dependendo sempre das circunstâncias, e da maturidade do casal e dos filhos…

Quanto menos anos tiver a criança, mais dificuldades terá e mais perguntas apresentará do porquê da separação dos pais.

Uma criança até aos seis anos assim que toma conhecimento da separação dos pais, o mais provável é que na cabeça dela surgirá uma grande confusão, pois a mesma ainda não entende. Cresceu a ver os pais juntos e poderá entrar num processo de negação e que a situação se altere. O normal será reclamar da ausência de um deles. Normal também será que peça para morarem juntos novamente. O processo de separação terá que ser gerido nesta fase. Tem que ser em conjunto a fazerem todos os esforços para que a criança entenda e que o que estão a fazer é mesmo necessário.

Depois dos seis anos e até por volta dos dez, tem tendência aparecer sentimentos de rejeição, e até aquelas fantasias de reconciliação.

Pode surgir aqui aqueles momentos de raiva, tristeza e nostalgia por um deles ter ido embora. Como sempre, nada aconselhável haver conflitualidade na separação. É nesta fase que muitas crianças ganham a responsabilidade de olhar pelos irmãos mais novos, sendo uma responsabilidade pesada e desaconselhável para tão tenra idade.

A fase dos dez aos treze anos pode surgir sentimentos de vergonha do comportamento dos pais e incompreensão pelo sucedido. Aqui muita atenção para não surgir descontrole dos hábitos.

Chegados à adolescência também pode ser complicado.

Pode surgir um amadurecimento precoce e querer substituir o pai.

O que pode levar a não cumprir normas nem acatar ordens. Estar atentos com álcool, drogas, etc.

Cada caso é um caso. A diversidade das experiências vividas pelos filhos depois da separação dos pais, também pode ser positivo. Por vezes superam a crise familiar, saindo bastante fortalecidos e maduros tanto ou mais que os filhos que pertencem a famílias em que não existe separação.

2 comentários:

  1. parabéns, muito bom o texto.
    dá exemplo de como são os filhos de pais separados, mas devo dizer , que graças a Deus,há separações amigáveis, e em que os pais já separados, reúnem forças para um bem maior, os filhos, sempre.

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  2. Muito obrigado, Lúcia Maria.
    Tal como dizes, "... Os filhos, sempre."

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