quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

CHEGOU O GRANDE DIA DO CASAMENTO

PAULO SANTOS SILVA
Este nome, abreviado de Jakob Ludwig Felix Mendelssohn Bartholdy, muito provavelmente será desconhecido de uma boa parte dos meus leitores. Ou talvez não, como adiante se verá…

Mendelssohn foi um compositor, pianista e maestro alemão do início do período romântico, nascido na cidade de Hamburgo, no dia 3 de fevereiro de 1809. 

Nascido no seio de uma família judia notável (que mais tarde se converteria ao cristianismo), Felix cresceu num ambiente de intensa efervescência intelectual, ao qual não seria certamente alheio o facto de o seu avô ser um conhecido filósofo judaico-alemão da época. Sendo o seu pai um banqueiro, é fácil de perceber que terá procurado dar aos seus três filhos, a melhor educação possível. Ao renunciar à religião judaica, a família mudou-se em 1811 para a cidade de Berlim. 

Felix Mendelssohn foi considerado uma criança prodígio, tendo começado os seus estudos de piano aos 6 anos de idade, com a sua mãe. Terá começado os seus estudos de composição aos oito anos e composto a sua primeira obra (um quarteto com piano), aos 13 anos. 

Com 20 anos de idade e apenas alguns após a sua avó lhe ter oferecido uma cópia do manuscrito da Paixão Segundo São Mateus de J. S. Bach, Mendelssohn fez um arranjo da obra e apresentou-a pela primeira vez, desde a morte do compositor em 1750. O sucesso foi de tal ordem que lhe valeu o reconhecimento do seu talento, bem como levou a que a música de Bach passasse a ser novamente tocada na Alemanha e na Europa. 

A sua morte, tal como a de outros compositores já aqui abordados nestas crónicas, encontra-se envolta em algum mistério. Há uma tese que aponta para uma paixão não correspondida pela soprano sueca Jenny Lind, que terá recebido uma carta de Mendelssohn confessando o seu amor por ela e implorando que fugisse com ele para os Estados Unidos, ameaçando-a que caso não o fizesse, se suicidaria. Aparentemente, Jenny terá mesmo recusado e a carta terá sido destruída pelo seu marido. O certo é que alguns meses depois deste episódio, a 4 de novembro de 1847, com 38 anos de idade, Felix Mendelssohn estava morto.

A sua obra, inclui dois concertos para piano, um concerto para violino, cerca de 100 lieder (canções) e duas oratórias (São Paulo e Elijah), entre muitas outras. No entanto, aquela que terá atingido maior notoriedade, foi a suite Sonho de Uma Noite de Verão, onde se pode ouvir a célebre Marcha Nupcial que me faz duvidar se este compositor será assim tão desconhecido para os meus caros leitores.

Ora ouça, a ver se tenho ou não tenho razão…


Não queria terminar esta crónica sem parabenizar aquela que é, provavelmente, a mais antiga associação cultural em atividade ininterrupta em Portugal – o Orfeão do Porto. 

Fundado em 1910, completa hoje 106 anos de idade. Fui seu coralista e maestro assistente em variadas ocasiões. Fui membro do Grupo Etnográfico, onde integrei a tocata, fui dançador e ensaiador. Fui professor de Canto, na sua Escola de Música. Fui membro da Direção, como adjunto das Atividades Culturais. Parte da minha infância/juventude, foi passada nas mais diversas atividades do Orfeão, onde fiz amigos para a vida e com eles passei momentos inesquecíveis. 

Embora longe há alguns anos, sei que continuam de forma resiliente, a sua atividade em prol da cultura e da Cidade do Porto. 

Bem-hajam!!!

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