domingo, 27 de dezembro de 2015

NATAL NAS URGÊNCIAS

ANTONIETA DIAS
Foram dezenas de doentes que passaram o Natal hospitalizados, não porque os critérios clínicos o exigissem, mas porque a Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados (RNCCI) e os Lares da Segurança Social não tinham vagas para os acolherem.

Nem tão pouco as Famílias os conseguiram receber. 

Esta é talvez a época do Ano onde mais angústia se gera não só porque esta data reflete a união da família, mas também porque se sente mais a carência do afeto e da degradação das condições sócio económicas das famílias.

E do conhecimento comum que a rede de resposta para o acolhimento destes doentes é insuficiente e faz com que os hospitais fiquem superlotados com internamentos sociais.

Este número tem vindo a aumentar de ano para ano. 

No Natal de 2015, o Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra reteve 80 doentes e o Centro Hospitalar do Porto 30 doentes. 

Estes dois exemplos servem de testemunho para uma reflexão que obriga naturalmente ao reconhecimento de uma problemática cada vez mais complexa e de resolução muito difícil.

É um facto que a recente expansão geográfica tem levado a uma maior reflexão sobre as metodologias de intervenção político social, que carece de imensas mudanças para conseguir acompanhar de forma contínua os avanços tecnológicos. 

Certo é que os conceitos intelectuais dos portugueses nem sempre estão ao nível das necessidades e das realidades vivenciadas mundialmente.

A reduzida participação civil e a permanente situação de alerta das forças de intervenção social não tem conseguido manter um equilíbrio constante e absolutamente indispensável em todos os quadrantes intelectuais cujas diretrizes se manifestam frequentemente na elite de um povo atento a todas as mudanças ecológicas, político militares e de cidadania vivenciada no passado, no presente e certamente no futuro. 

Porém, há que reconhecer o esforço do enriquecimento conceptual associado a outras dimensões que ultrapassam a língua, os costumes, mas jamais lesam os valores, o dever de Estado, da Pátria e da Nação.

A ideia de que as decisões orientam, consolidam, elucidam, identificam, expressam, refletem pensamentos e análises da vida nacional /internacional nem sempre se traduzem num benefício de conceitos e de defesa nacional e social. 

As decisões só serão úteis se contribuírem para um apoio nas diferentes matérias, baseadas no rigor científico e académico das várias ciências.

Todavia, este leque de interdisciplinaridade onde a coerência e a racionalidade funcionam como as construções teóricas cujas experiências empíricas associadas às descobertas da ciência transformam todos os intervenientes sociais ( civis, militares, académicos e profissionais da ciência ) nos arautos e principais aglutinadores dos projetos necessários para impulsionar a Defesa Nacional e para suportar o equilíbrio dinâmico de todos os Estados Membros. 

São inúmeros os vetores que irão sustentar os núcleos disseminados no Mundo cuja magnitude setorial não tem fim. 

Cair no fracasso de que a crise económica e financeira é geradora de uma impotência social do progresso é desacreditar nas potencialidades dos verdadeiros portugueses que ao longo dos séculos demonstraram ser capazes de vencer todos os obstáculos e desafios a que foram submetido e testados. 

Não será todavia o ócio, a inaptabilidade, a inércia, a falta de meditação, a escassez de um programa de intervenção social cuja estratégia e exigência de mudança ainda não esta completamente concretizado que ira deixar os portugueses estagnados, rendidos ao fracasso e à perda da Dignidade Nacional. 

Estas circunstâncias não podem condicionar a necessidade de delinear um plano metodológico vocacionado para apoiar de forma concreta e real os pacientes sinalizados e que necessitam ser referenciados para instituições de acolhimento. 

Certo é, que ser dependente é angustiante que estar doente envolve fragilidade e que não ter apoio social é degradante. 

Em suma, o balanço atual de apoios sociais é deficitário, a lista de espera dos utentes continua a crescer e a necessidade dos doentes que aguardam resposta é cada vez maior.

Muito há ainda que investir para conseguir minimizar os danos vivenciados pelos pacientes vulneráveis.

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