ALINA SOUSA VAZ |
Desejos para 2016 são fáceis de pronunciar; cada um, ao seu jeito, cria uma lista considerável de acordo com a vida que tem: ter trabalho, subir em determinado emprego, terminar os estudos, comprar um carro, fazer determinada viagem, ter um filho, emagrecer, deixar determinado vício… Mas nunca esqueçamos que o nosso caminho é feito pelos nossos próprios passos e que a beleza da caminhada depende daqueles que juntamos ao nosso lado que com fulgor querem ir connosco.
As palavras, PAZ, AMOR, SOLIDARIEDADE, LIBERDADE, SAÚDE aparecem sempre nas mensagens que por esta época festiva proliferam como se fossemos todos candidatos a “Miss Universo”; a hipocrisia instalou-se na sociedade com belas máscaras e são tantas e tão diversificadas que, por vezes, confundem-se com a dignidade da verdade. Desejar que haja menos fome e menos guerra no mundo são desejos primordiais nesta época de reflexão, mas o que cada um de nós faz durante o ano para que possamos mudar, nem que seja, uma pequena circunstância? Como diz o velho ditado: ”Com o male dos outros podemos nós bem” e vamos vivendo assim como robots telecomandados.
No entanto, a fatia do tempo a que se deu o nome de ano foi, de facto, uma grande invenção, pois estimula à renovação. Renovar implica mudança e a estratégias têm que se apurar para atingir os objetivos baseados na esperança que nos abre horizontes infinitos e possibilidades imprevistas. O futuro é de quem o sabe esperar e o recebe intensamente. Como dizia Fernando Pessoa: “A vida é para nós o que concebemos dela. Para o rústico cujo campo lhe é tudo, esse campo é um império. Para o César cujo império lhe ainda é pouco, esse império é um campo. O pobre possui um império; o grande possui um campo. Na verdade, não possuímos mais do que as nossas próprias sensações; nelas, pois, que não no que elas veem, temos que fundamentar a realidade da nossa vida”.
As diferenças dos Homens são muitas, mas desejo que em 2016 possamos caminhar mais e mais juntos, na procura de um mundo melhor; que cada um acredite na sua singularidade e o respeito pelo outro seja sincero.
Apesar de muitos desencontros, a vida é, sem dúvida, a arte do encontro!
Com esperança, Bom Ano!
Aqui está um texto, com arte bem definida nas palavras nele contidas!
ResponderEliminarÉ a real realidade do comum dos mortais que sempre na mesma tónica e ano após ano, enveredam pelos mesmos votos, sentidos ou não, pelas mesmas palavras, os mesmos "propósitos", muitas vezes dissimulados e não concretizados.
Por tudo o que está escrito, felicito a autora do texto e corroboro com todas as palavras e o sentido que as mesmas têm para o presente e para o futuro, sem deixar de enaltecer o passado que cria o hábito de em cada ano se repetir o que anteriormente foi dito!
Parabéns à autora e à sua tão grande e oportuna sensibilidade.
Edite Cecília
Edite,
ResponderEliminarobrigada pelas suas palavras, pois encorajam-me nesta minha paixão pela escrita.
A observação é crucial para distinguir o certo do errado;a azáfama do dia a dia e a sociedade de consumo em que vivemos não permitem às pessoas olharem com a devida atenção para a verdadeira essência da vida: -a simplicidade do que nos rodeia!
Bom Ano!
Muito bom Alina! excelente reflexão, subscrevo... Um bom ano 2016!
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