ALINA SOUSA VAZ DR |
Em abril, pela comemoração dos 40 anos
de António Manuel Pires Cabral escrevi, por aí algures, que a Cultura é quando
o homem sonha e coloca as suas ideias em ação. O elogio dado ao escritor foram
meras palavras que escritas no mundo WEB deixaram de ser minhas e passaram a
ser de quem as leu e as entendeu como eu.
Se abril foi comemoração, maio é
confirmação da sua grandiosidade literária. Não é a primeira vez que o escritor
ganha o “primeiro prémio”, mas no ano da comemoração dos seus 40 anos de
escrita o seu livro GAVETA DO FUNDO foi distinguido como a melhor obra de
poesia.
Estou orgulhosa!!! Orgulhosa por ser
transmontana, por acompanhar de uma maneira ou de outra o escritor de perto, de
o conhecer e receber de si sempre palavras de afeto e respeito, de perceber que
por estas terras há alguém que eleva o nome da região na área da literatura.
Refira-se que os seus Pais, Manuel do
Nascimento Pires Cabral, farmacêutico, e D. Maria de Jesus Terra Cabral, dona
de casa, eram naturais, respetivamente, de Alvites, Mirandela, e de Peredo,
Macedo de Cavaleiros. Daí, apesar da sua fonte de inspiração ser tudo o que o
envolve, as terras ímpares do nordeste transmontano são, sem dúvida, a sua
eleição na hora do labor da descrição.
Com esta obra, A. M. Pires Cabral
regressa ao tema de Trás-os-Montes, em tom elegíaco, pois já tinha iniciado o
seu trabalho com um fascinante conjunto de poemas com os quais iniciara o
chamado «ciclo do Nordeste» («Algures a Nordeste», «Boleto em Constantim»,
«Douro: Pizzicato e Chula», «Arado» e «Cobra-d’Água»).
«THip-hip-hurrah!
Acabo de ser notificado de que o meu livro 'Gaveta do fundo' foi distinguido
com o Prémio Autores SPA 2014 (Melhor Livro de Poesia). Quem está de parabéns é
a minha Terra Quente.» Expressão que o poeta
utiliza para transferir a sua felicidade nas redes sociais a todos aqueles que
o seguem como eu.
Esta terra quente é
agora diferente da que ele conheceu outrora. Hoje, ela está despovoada e
envelhecida, mas a coletânea revive, numa espécie de nostalgia, o
rio Tua, as vinhas e furnas, a lavoura, a «guarda pretoriana» os gatos e cães,
as rãs e vacas, as aves e pirilampos. Numa linguagem, por vezes, disfórica, o
sarcasmo associado ao alegórico revela o seu estado de alma zangado com os que
mandam e ditam os certames portugueses. Contudo, o poeta, também, revela
comoção com tradições populares, simples e naturais que ainda dão vida às
coletividades esquecidas no interior do país.
Pois bem, é hora de mais uma comemoração
e espalhar por aí mais esta conquista. Uma conquista regional, mas cada vez
mais nacional!
E proferindo as palavras do autor:
Há
ocasiões em que a árvore tapa a floresta. Mas também há casos em que se dá o
contrário: a floresta tapar a árvore. Penso nisso ao contemplar esta florzinha
silvestre. A exuberância do todo ofusca, oculta os pequenos pormenores. Façam o
favor de os descobrir. Vale a pena.
E feliz termino – hip-hip-hurrah!!!
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