ALINA SOUSA VAZ DR |
Todos sabemos que existem vários tipos de amor. Não há forma ou medida certa para o sentir. Sente-se e pronto, cada um ao seu jeito, extravasando, por vezes, os limites de qualquer entendimento.
Porque não há ninguém que, mal ou bem, não tenha amado alguém, todos entenderão o sentido das palavras de hoje.
Vila Real, numa tarde de sábado solarenga, saiu à rua e fez juz a um dos mais lindos tipos de amor. Aquele que se chama AMOR SOLIDÁRIO! Os amigos, os amigos dos amigos da família da Joaninha abraçaram a tarde levando as mãos cheias de tampinhas e ajuda cheia de afetos bons!
Naquela tarde de sábado, não esteve apenas visível a qualidade de ser solidário e um sentimento de identificação em relação ao sofrimento de alguém ajudando de alguma maneira. Naquela tarde de sábado houve ensino-aprendizagem. Aqueles pais ensinaram-nos a relativizar os apelidados problemas, ensinaram-nos a instruir os nossos próprios filhos, ensinaram-nos a estimar os valores humanos. O que se aprendeu foi tanto que as crianças especiais acabam por ter um papel importantíssimo na sociedade: a valorização do verdadeiro sentido da vida! E neste contexto, a palavra solidariedade, com origem no francês solidarité, remete também para uma responsabilidade recíproca. Todos em conjunto temos obrigação de apoiar as pessoas que integram a sociedade, fazendo com que elas, também, sejam felizes.
Cada um ao seu jeito pode fazer mais e melhor, basta querer aprender e soltar as amarras do preconceito e da desinformação.
Se historicamente, as pessoas com deficiência eram sacrificadas porque a sociedade as consideravam um peso, hoje, fala-se de inclusão social, conceito que parece cair no esquecimento daqueles que governam. Mas, nós não nos esquecemos do que outrora disseram. Não nos esquecemos do discurso de posse do Primeiro-Ministro a 21 de junho de 2011, onde proferiu que “não podemos querer uma sociedade que abandona os seus pobres, que ignora as pessoas com deficiência, que não socorre os seus aflitos, que esquece os seus emigrantes, que rejeita os que procuram o nosso País para trabalhar e viver, que desampara os seus idosos, que se fecha aos seus desempregados. Ninguém será deixado para trás. O valor incomensurável da dignidade da pessoa humana obriga a que haja uma preocupação com o auxílio aos mais vulneráveis e uma justa repartição dos custos e sacrifícios associados à superação da crise e ao próprio projeto de mudança orientadora da política do Governo.” Palavras bonitas diria eu!!!
Atualmente, a verdade é outra. A escassez de apoio às famílias é uma realidade. Palavras levam-nas o vento, há que fazer mais e melhor. É urgente agir! As pessoas com deficiência sofrem por dois motivos: primeiro pelas suas limitações físicas, se a pessoa não consegue andar, ver, ouvir e outras deficiências e sofrem, também, se a sociedade não for solidária podendo desenvolver outras patologias.
Alguém pensou que amanhã podemos ser nós a precisar deste apoio? Ninguém está livre de um fatal acidente que nos remeta para uma cadeira de rodas. Acham que estou a ser dura de mais? É importante que a sociedade pare, pense, reflita sobre esta questão. Não falo de deficiência, mas falo de dignidade, ética e de um país realmente justo para com estas pessoas que sofrem e precisam de apoio financeiro.
Em Vila Real existiu amor! Amor que outras “Joaninhas” precisam! Este amor é de todos nós…o AMOR SOLIDÁRIO!.
Minha querida Amiga, tens sentimentos bonito, provavelmente porque o teu interior o é e teres amigos com filhos especiais leva-te a ver a sorte da saúde, em todo o seu conceito.Deixa-me referir que não é o cidadão deficiente, qualquer que seja o seu handicape, que é deficiente... a sociedade é que realmente por mais que avance continua deficiente. o portador de deficiência não se vê como tal, ou porque não conhece outra realidade ou porque luta para melhorar a sua realidade, a sua vida. A sociedade sim, é deficiente em todo o seu conceito, primeiro porque não partilha os mesmos direitos, não respeita o outro, cobiçando lugares destinados a quem realmente deles precisa, não por escolha mas sim por necessidade; ou porque olha para o individuo especial para ver qual é que é a especialidade, a diferença, o coitadinho sem o ser... quando na realidade só se quer a naturalidade e a normalidade da diferença, a moeda tem duas faces,existe vida e morte, saúde e doença... ! Falo por mim, prefiro que me perguntem o que querem saber, porque nós somos curiosos por natureza, venham as perguntas, que as respostas são ditas com naturalidade! se as pessoas se habituarem a ver os individuos e não a doença, as capacidades e não as incapacidades, o ser humano torna-se muito melhor.
ResponderEliminarInfelizmente, acredita em mim, Vila Real ainda tem que ser muito trabalhada. Que estes bons amigos, cidadãos que fizeram a diferença, neste sábado, passem a palavra por todos os outros e se multipliquem não só na solidariedade como na realidade do dia a dia, respeitem o ser humano... o doente, o velhote, o sem abrigo, o solitário, o deficiente motor,o mental, todos!
escrevi de mais
beijinho