sexta-feira, 21 de outubro de 2016

EXPOR DE CORAÇÃO PARA PEITO DO ENTE QUE BRADA

DUARTE NUNO VASCONCELOS
É curioso decorar um parapeito e pode até parecer estranho que, cada vez que se entranha um parafuso para a direita, no tempo certo (parafuso horário), ele permaneça tenso como um prego.

No sentido oposto (anti-horário), dá reviravoltas rumo ao veto real, expresso na tensão exercida para o extrair e fica "sem em prego". Ora, num ambiente de rosca, esquecemo-nos do espaço, de propósito.

Então "ex ata mente", por isso, "ex" significa que deixou de o ser, logo, "ex trai" é irónico e talvez este "ex ame"... dê nós a quem não tem dente ralo ("cle mente") para abster-se de tique taque certo. Parece-te Confúcio?

Nunca há dois exatamente iguais, contudo quando enviesados, orientam-se tal como o Homem quando avista aquilo que ama: inclina ligeira a mente (cabeça) e imprime um olhar de profunda admiração, estendendo esse sossego até ao mar belo, porque amar a martelo não se agarra a vida e, convém, dar a volta a tudo. Sabes de fendas?

Assim são os parafusos e os arquitetos...com falta deles!

Degrau a grão, esbarramo-nos em "ex passos" sem identidade, onde a fome da forma compõe os conteúdos, sem noção de limites, sem se saber para onde girar. Vê e mente, mente!

A ausência de elementos, desenha espaços como espelho das nossas "exit ações" configurando uma construção desavergonhada e desgovernada que contrata sobras de vazio, lugares que são de resto, ex (excedentes).

Se, em vez de impor adições, houver uma maior "pre-ocupação" com a escala correta, esta físico-mímica do medo pode, por atrelado, despertar expetativas de potenciais sítios não dominados pela arquitetura e jamais dos minados por esquemas.

Privar com a cidade para sentir os seus cheios é um dez a fio: um dez por ser criativo e, a fio, por exigir uma intervenção contínua sem protocolos (no sentido dos sentados com todos a aplaudir e mais um "pro teu colo").

Toque toque, mas não tem som? Será preciso show de poeta com manutenção assegurada, porque nada invalida que a própria arquitetura, hoje, tenha um estilo.

Arquitetura "sem" estilo e arquiteturas "em" estilo, a gravitar por um "espaço"...

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