terça-feira, 28 de março de 2017

SER IGUAL, SER DIFERENTE

ELISABETE SALRETA
Aqui estava um exemplo de como até onde poderia chegar a degradação humana por exclusão, quer pelo próprio, quer pela sociedade.

Por vezes são as pessoas que se auto excluem, uma vez que não têm capacidade para interagir com os demais. É uma forma de chamar a atenção para algo que não está bem e que não os deixa confortáveis. São limitações que castram o sentir.

A depressão tem de ser tratada em todas as suas formas. A rotina em que a pessoa se encontra insatisfeita, insegura e deslocada, leva a doenças do corpo e da mente, muito difíceis de tratar. Tudo o que a pessoa precisa é de carinho e de atenção, de fazer algo que a deixe descontraída e feliz. Fazer com que cada momento de felicidade se torne cada vez uma constante e assim aquela pessoa, será feliz mais tempo. A mente humana é muito traiçoeira. Funciona como uma eterna criança, ávida de novidades e de atenção. A cada dia que passa, na sociedade em que estamos inseridos, somos cada vez mais um numero e iguais. A diversidade não é tolerada e é até rechaçada porque o cómodo é ser igual. Não se pensa e a curto prazo, dá menos ruído.

Ser diferente significa pensar. Isso dá muito trabalho. O ser humano vai sendo formatado, não para ser humano, mas antes para ser escravo de um sistema corrupto, obsoleto e sem outro objectivo que não seja o lucro imediato e o prazer fácil. Não se visa o futuro, não se vislumbra a diferença.

Veja-se o que se passa nas escolas que até nas lengalengas formatam os pobres a seguir um caminho. O plano Nacional de leitura, mais uma forma de formatação, está cheio de histórias sem qualquer verossimilidade e praticidade.

O ser ávido de vida, definha perante a impotência de não poder resistir.

1 comentário:

  1. Helder Filipe da Silva Monteiro29 de março de 2017 às 22:57

    Um artigo preciso, precioso e que faz-nos meditar que ser diferentes ou iguais não quer dizer nada de mais, exactamente porque todos sentimos e desejamos as mesmas coisas!

    Para ler e reler múltiplas vezes e em qualquer parte!

    Parabéns pelo artigo, poetisa Elisabete Salreta!

    ResponderEliminar