sexta-feira, 10 de março de 2017

OS AMIGOS DE CAVACO

JOÃO RAMOS
Na reportagem realizada pela SIC sobre os escândalos bancários, é possível encontrar um enorme rol de importantes figuras nacionais, incluindo ex-ministros, gestores de renome e empresários. Curiosamente, muitas das personagens em causa foram condecorados por Cavaco Silva e são na sua maioria seus amigos pessoais. Num próximo livro, o ex-presidente da república, poderia aproveitar a sua capacidade de registo, que ele considera ímpar, para divulgar as conversas privadas tidas com Zeinal Bava, Dias Loureiro, Ricardo Salgado e Oliveira e Costa, explicando pormenorizadamente aos portugueses, como se consegue vender acções de um banco abeira da falência, acima do seu valor de mercado. Por outro lado, também poderia criar um capítulo dedicado, aos relatórios de alerta para a situação de pré-falência do BES, explicando como se salvaguarda o interesse dos amigos, a expensas dos contribuintes. Além disso, seria interessante perceber, quais as razões que o levaram a nomear como seus ministros, conselheiros de estado e inclusivamente condecorar, alguns dos maiores corruptos nacionais. Por último, os portugueses gostariam de saber, o teor das conversas tidas nas reuniões de conselho de Estado, local onde uma enorme panóplia de importantes personalidades da sociedade civil se reunia para discutir o Estado da nação. Durante todos estes anos, das reuniões pouco ou nada de extraiu de positivo para o país, com excepção da discussão das ementas para o jantar. 

Com o nome “sextas-feiras e outros dias”, já que as quintas estavam reservadas para discussões menos interessantes, Cavaco Silva poderia realizar um encaixe monetário, ao vender uma edição do género, semelhante àquele que alcançou com as acções do BPN e assim melhorar a sua pensão de “miséria”.

Sem comentários:

Enviar um comentário