quarta-feira, 15 de fevereiro de 2017

A IMPORTÂNCIA DE CENTENO E A GUERRA AO PR

MIGUEL TEIXEIRA
(...) numa altura tão difícil da vida nacional em que o país se confronta com enormes desafios, em que qualquer perturbação ainda que estéril como o "arrastar" da "novela da Caixa", pode custar caro a Portugal, Marcelo está a fazer o que deve ser feito. Transmitir uma imagem positiva do país, muitas vezes chamando a atenção para o que é preciso melhorar, mas assumindo uma posição de Estado e de lealdade institucional. Infelizmente, esta postura não tem sido compreendida por alguns ilustres que nele votaram, que não conseguem discernir o que deve ser uma postura de Estado que o PR deve assumir, dos interesses da claque ou clube de futebol da sua preferência, caraterísticas que gostariam de visualizar no "modus operandi" do mais alto magistrado da nação. Tenho para mim que o país deve estar acima das "claques" sejam de esquerda ou de direita" 

O bom resultado nos últimos 3 meses dos ano, colocou a economia portuguesa entre as mais dinâmicas da zona euro. Depois de um arranque do ano que chegou a crescer a perto de metade do ritmo do Euro, Portugal está agora acima da média.

Os dados publicados ontem pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) mostram que, entre Outubro e Dezembro de 2016, o PIB nacional avançou 1,9%, quando comparado com o mesmo trimestre de 2015. Cruzando este valor com o Eurostat, verifica-se que ele fica acima do crescimento médio dos países da Zona Euro, que se fixou em 1,7%.

Acima de Portugal surge Espanha (3%, o melhor do euro), Chipre, Lituânia, Holanda e Eslováquia. 
Até aqui estamos a olhar para a variação homóloga do PIB. Mas quando se analisa a variação em cadeia - comparação com o trimestre anterior - Portugal também surge acima da média, com um crescimento de 0,6%, que compara com 0,4% do euro. No trimestre anterior, a variação em cadeia da economia portuguesa já tinha superado a média da Zona Euro (0,8% vs. 0,4%).

Há dois dias, a Comissão Europeia veio destacar o "desempenho" sólido da economia portuguesa em 2016, antevendo mais algumas boas notícias para 2017: crescimento do PIB (1,6%) e investimento a subir, "déficit" (2% do PIB) e dívida pública a descer (128,9% do PIB).

Para a obtenção destes bons indicadores económicos há uma figura fundamental que "emerge" no governo: Mário Centeno. Com efeito, o Ministro das Finanças está para o governo e para o país como Iker Casillas está presentemente para a equipa do Porto. Neste momento é uma peça fundamental que transmite confiança aos investidores. É por isso difícil de entender que não seja pela luta política, a "guerra" que lhe está a ser movida pelo PSD e CDS por uma questão, que Miguel Sousa Tavares qualificou no Jornal da Noite da SIC como de "Lana Caprina", ignorando as consequências dramáticas que uma demissão do Ministro das Finanças (um referencial de credibilidade externa do país na prossecução das metas orçamentais definidas pelos credores e que foram claramente suplantadas em 2016) teria no "rating" de Portugal e consequentemente no financiamento da economia portuguesa.

Também é manifestamente incompreensível a atitude de ilustres militantes do PSD com a figura do Presidente da República. Marques Guedes, ex. Ministro da Presidência de Passos Coelho, ontem citado pelo DN lançou um sério aviso a Marcelo Rebelo de Sousa: "O Presidente da República que se cuide". Antes, Marco António Costa, vice-presidente do partido tinha confessado a sua perplexidade pela alegada "colagem" de Marcelo ao Governo. Até o "ressuscitado" Cavaco Silva, quebrou o silêncio para a propósito da publicação de um livro de sua autoria, afirmar que sempre foi contra a "política espetáculo", o vedetismo na política, o que foi entendido como uma indireta à postura do atual Presidente da República, muito mais interventiva e próxima do povo, contrastando com a "reclusão" que Cavaco Silva assumiu durante largos períodos da sua presidência no interior do Palácio de Belém.

Na minha opinião, numa altura tão difícil da vida nacional em que o país se confronta com enormes desafios, em que qualquer perturbação ainda que estéril como o "arrastar" da "novela da Caixa", pode custar caro a Portugal, Marcelo está a fazer o que deve ser feito. Transmitir uma imagem positiva do país, muitas vezes chamando a atenção para o que é preciso melhorar, mas assumindo uma posição de Estado e de lealdade institucional. Infelizmente, esta postura não tem sido compreendida por alguns ilustres que nele votaram, que não conseguem discernir o que deve ser uma postura de Estado que o PR deve assumir, dos interesses da claque ou clube de futebol da sua preferência, caraterísticas que gostariam de visualizar no "modus operandi" do mais alto magistrado da nação. Tenho para mim que o país deve estar acima das "claques" sejam de esquerda ou de direita.

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