domingo, 11 de dezembro de 2016

O NORTE TRABALHA E LISBOA GASTA

MOREIRA DA SILVA
É óbvio que no Sul, mais concretamente em Lisboa, vai surgir com alguma veemência a contestação à afirmação que faço no título, e no conteúdo desta Crónica, e até vão dizer que há nela muito exagero e até presunção. Infelizmente não há. É só a triste realidade! 

Um estudo recente aponta a Região do Norte como o principal motor de crescimento da produtividade em Portugal. Na última década, mesmo tendo tido uma redução de 80 mil trabalhadores e 1.300 empresas que encerraram, um número muito superior às empresas que se extinguiram no resto do país, a produtividade na Região Norte tem vindo a crescer sustentadamente, destacando-se o setor das indústrias transformadoras.

Quanto ao aumento das exportações que tem existido a nível nacional, as empresas da Região Norte têm demonstrado que tiveram capacidade de superar as contrariedades da grave crise internacional e continuam a ter crescimento. Tudo isto graças à resiliência dos empresários e dos trabalhadores do Norte e à capacidade exportadora das empresas nortenhas.

Enquanto este labutar dos nortenhos, em prol da economia portuguesa, em prol do bem-estar dos portugueses, acontece que Lisboa continua a esbanjar o dinheiro dos contribuintes, a tapar buracos que surgem como cogumelos invertidos, sem se ver o fundo, mas que já nos saíram dos bolsos muitos milhares de milhões de euros, que poderiam, e deveriam servir para ser melhorado o nosso sistema de segurança social, para serem aumentados os rendimentos dos trabalhadores, dos desempregados forçados, dos pensionistas e dos reformados, para ser afinada a nossa justiça, a nossa educação, a nossa segurança, a nossa saúde e a nossa cultura.

São os bancos (BANIF, BPN, BES. NOVO BANCO), mais a recapitalização da CGD e as vergonhosas PPP’s, que têm levado o nosso dinheiro, para além dos fundos comunitários que foram desviados das regiões mais pobres para Lisboa, que tem um poder de compra de cerca de 140% acima da média nacional, enquanto os concelhos com menor poder de compra estão todos situados na Região Norte. As disparidades regionais são uma triste realidade. O Norte trabalha e Lisboa gasta. Um mau hábito já antigo!

Para ajudar esta falta de equidade, este «forrobodó», o Governo fez uma negociata com a Carris de Lisboa, entregando a gestão desta empresa à Câmara Municipal de Lisboa, que por acaso é da mesma cor política do governo, mas o Estado ficou com a dívida histórica da empresa, que ascende a cerca de 850 milhões de euros, que todos nós vamos ter de pagar, mas quem vai beneficiar são apenas os lisboetas que vão ter os transportes públicos da Carris mais baratos. As eleições autárquicas estão à «porta» e é preciso uma «mãozinha» amiga.

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