segunda-feira, 17 de outubro de 2016

15 DE OUTUBRO...

RITA TEIXEIRA
15 de Outubro, fiz três ligações e pus no meu facebook para ver o papel do professor na nossa sociedade. Esperei, com muita ansiedade, que chegasse a noite, para ver os gostos e os comentários sobre os professores. Quando vi a pequena quantidade de gostos, sendo alguns de professores, sem qualquer comentário. Fiquei deveras muito triste!. A mentira não deve ser escondida atrás de uma falsa verdade. Fiquei completamente revoltada, porque, embora já não trabalhe, senti a insignificância do professor na vida dos na vida das crianças e jovens. Enquanto mãe e professora, sei que o ensino e a saúde são os acompanhantes dos pais na formação de cidadãos do futuro!.Como professora, o meu objetivo primordial incidia em impor a ordem na sala de aula, sem a qual não era possível a transmissão e aquisição de conhecimentos. Numa aula, a harmonia entre pares e o tom autoritário iam cedendo ao gosto pela aprendizagem e, por fim, surgiam pequenos textos de pequenos escritores. Para tal, era necessária a colaboração dos encarregados de educação. Havendo diálogo, nada é impossível. Ao longo dos anos, exerci vários cargos, mas nenhum ultrapassou o facto de ser preferível leccionar numa sala de aulas. Promovi diversas atividades com os meus alunos, tais como: “almoço com poesia”; “receção ao escritor, António Torrado, com a música no coração e a letra das histórias do dia, do mesmo autor”, “encontro com a escritora Maria Alberta Menéres” a atividade consistia numa canção a continuar um poema da sua autoria”, “troca de histórias entre duas geraçôes” no centro de dia. “O livro da turma” feito com textos escritos na sala de aula. E muitas outras. Dava prazer trabalhar com atividades destas. Só que tudo mudou de um momento para o outro. Mudaram as leis, mudou o ambiente escolar. A revolta apoderou-se das escolas e os professores viram se rodeados de burocracia e não havia nada que os incentivasse a continuar com o mesmo empenho, com a mesma força de vontade, com o mesmo incentivo. Eu recusava a ideia de ter que avaliar os professores e não concebia sequer a obrigação de avaliar os outros se nem eu sabia como seria a minha própria avaliação. Toda esta situação agudizou a minha própria vida. Eu paguei bem toda a revolta que senti nessa altura.

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