quarta-feira, 28 de setembro de 2016

SER FARMACÊUTICA, UMA PAIXÃO SEM REMÉDIO

CRÓNICA DE VERA PINTO
Filhos de Cláudio Galeno, os farmacêuticos são os profissionais de saúde que fazem parte do dia a dia de uma comunidade. Ir à farmácia aviar a receita, passar na farmácia para medir a tensão arterial, deslocar-se à farmácia na busca de um conselho farmacêutico ou simplesmente para saber as últimas novidades em saúde são hábitos quase tão banais como ir ao supermercado. Por se tratar de algo tão comum tende muitas vezes a ser desvalorizado. Esquecemo-nos que estamos a entrar num espaço de saúde e que temos à nossa frente profissionais altamente capazes de melhorar a nossa qualidade de vida e, não apenas aquele profissional que se limita a dispensar “caixinhas” e nos nega um antibiótico sem prescrição médica. É de uma injustiça tremenda reduzir a profissão a este nível, pois na verdade vai muito além disso.

A farmácia tem feito parte da vida humana desde o começo da humanidade. Já no período pré-histórico, as pessoas colhiam plantas com propósitos medicinais. As curas eram alcançadas através dos conhecimentos práticos do quotidiano, e as doenças tinham explicações místicas. O desenvolvimento, manipulação e dispensação de fármacos constituem as tarefas mais antigas atribuídas aos farmacêuticos. Daí serem muitas vezes apelidados de “mestres dos medicamentos”. Atualmente, o trabalho farmacêutico foca as necessidades do doente, por isso é emergente consciencializar a sociedade que o medicamento enquanto produto farmacêutico é direcionado para um paciente específico, com a preocupação de que os riscos inerentes à utilização deste produto sejam minimizados.

“Tão importante quanto conhecer a doença que o homem tem, é conhecer o homem que tem a doença” Osler

Chamamos a isto personalização da terapêutica. O melhor conhecimento das patologias,das alergias, e mesmo de eventuais reações adversas que o utente tenha apresentado, garante uma maior segurança no momento da dispensa com um aconselhamento direcionado para as necessidades específicas de cada doente e contribui para uma maior efetividade da terapêutica.Garantir a qualidade e a eficácia do medicamento, orientar o doente quanto ao uso correto do mesmo, promover a adesão à terapêutica e prevenir efeitos adversos ou interações medicamentosas é educar a sociedade, é promover saúde, é compromisso farmacêutico.

“O papel do Farmacêutico no mundo é tão nobre quão vital. O Farmacêutico representa o órgão de ligação entre a medicina e a humanidade sofredora. É o atento guardião do arsenal de armas com que o Médico dá combate às doenças. É quem atende às requisições a qualquer hora do dia ou da noite. O lema do Farmacêutico é o mesmo do soldado: servir.
Um serve à pátria; outro serve à humanidade, sem nenhuma discriminação de cor ou raça. O Farmacêutico é um verdadeiro cidadão do mundo. Porque por maiores que sejam a vaidade e o orgulho dos homens, a doença os abate - e é então que o Farmacêutico os vê. O orgulho humano pode enganar todas as criaturas: não engana ao Farmacêutico. O Farmacêutico sorri filosoficamente no fundo do seu laboratório, ao aviar uma receita, porque diante das drogas que manipula não há distinção nenhuma entre o fígado de um Rothschild e o do pobre negro da roça que vem comprar 50 centavos de maná e sene." Monteiro Lobato

No passado dia 26 de setembro assinalou-se mais um dia Nacional dos Farmacêuticos e como membro desta classe não podia deixar passar esta data em branco. Esta é portanto, a minha forma de prestar homenagem aos profissionais altamente qualificados, dotado de conhecimento técnico/científico e habilidades que contribuem para o bem-estar da sociedade. Os farmacêuticos continuam a ocupar os lugares do pódio entre as profissões que as pessoas mais confiam e estes dados só nos podem deixar orgulhosos e motivados a desempenhar eficazmente o nosso papel de educador/cuidador da população. Por tudo isto, só me resta dizer um “Muito obrigada”

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