sexta-feira, 8 de julho de 2016

ETERNO DAVID

RICARDO E DAVID DUARTE 
Disseram-me, um dia, que deveria escrever ou falar sobre ti, David, pois então aqui vai.

Não sei por onde começar meu irmão, mas vou tentar ser o mais sincero contigo e comigo mesmo. 

Para começar, parabéns neste dia muito feliz, mas ao mesmo tempo, o mais triste, pois faz-me recordar memórias boas que se transformam em tristeza. Como tu sabes, eu sinto, como toda a gente que te ama verdadeiramente, saudade, o qual é normal quando se sente amor.

Um misto de emoções: a tristeza, a revolta, mas, sobretudo, o ódio, o qual se vai alimentando da saudade, a cada dia que passa. Eras um dos meus pilares da minha alegria que desabou,eras aquele em que eu mais confiava, contava-te os meus segredos mais íntimos, adorava quando tu me levavas de ferias, principalmente, nesta altura, em que me fazias rir, aquelas longas viagens que fazíamos , aquelas brincadeiras que nós tínhamos, eras aquele que me dava força, arrependo-me de ter dito, muitas poucas vezes, o quanto gostava de ti, arrependo-me, também, quando tu crias jogar ”PES” e eu dizer que não me apetecia, eu nem fazia ideia que seria uns dos poucos momentos felizes e divertidos que ia passar contigo...

O que me dava mais alegria era ver os três irmãos juntos.

Mudando um pouco para uma escrita mais negra, ainda não me confirmei com a tua morte, custa-me olhar para as tuas fotografias, pois, tal como referi atrás, relembram-me momentos felizes. Custa-me chegar ao cemitério e ver te enterrado por incompetência médica...

Ainda tive tempo de aprender contigo varias lições, uma das mais importantes foi a de que apesar da esperança que tivermos em certos casos, a mesma será em vão, pois eu acreditava na tua recuperação que não aconteceu, talvez por não resistires ou por falta de acompanhamento medico.

Deixo-te aqui umas palavrinhas do teu káka que te adora, que tenta sonhar contigo, aquele que pensa em ti, aquele que irá ter contigo daqui a uns bons anos, aquele que sente falta do teu abraço e do nosso cumprimento habitual “choca só”.

Até sempre, meu querido irmão, serás vingado mais tarde ou mais cedo- tudo a seu tempo, um beijo e grande abraço do teu puto.

ETERNO DAVID

Ricardo Duarte 

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