quarta-feira, 1 de junho de 2016

SÁBADO VINTE E OITO

ANTÓNIO PATRÍCIO E O MAESTRO
VITORINO D`ALMEIDA
Amarante era, mais uma vez, a Princesa do Tâmega aos olhos de alguém que muito prezo ou não nos conhecêssemos há mais de trinta e cinco anos. Partilhávamos as mesmas praias e as mesmas esplanadas dos cafés da belíssima Vila de Caminha. 

António Vitorino D’Almeida, o Maestro, apresentava na Biblioteca Municipal Dr. Albano Sardoeira, o seu mais recente livro - “StoryBoard” - pleno de humor, que enche pela forma subtil como é apresentado.

“Sempre considerei – e considero – que não sei desenhar, até porque nunca aprendi a fazê-lo.”, palavras do Maestro que, aquando da apresentação fez questão de as repetir e de as ornamentar com dissertações cambiadas de musicalidade. Uma tarde bem passada…uma sala cheia…alguns momentos onde todos tivemos oportunidade de partilhar palavras e momentos e apreender ápices de vida de um Homem a quem o Poder Central ainda não teve coragem de reconhecer o mérito.

O Maestro Vitorino D’Almeida é um dos “esquecidos da vida” - só cá em Portugal - pois que, noutros países da Europa como França, Espanha, Áustria, entre outros, tem sido alvo das mais significativas provas de gratidão. 

É, talvez, o compositor português com mais obras escritas e, como se isso não bastasse, ainda encontrou e encontra tempo para a escrita levando, até ao momento, catorze livros publicados para além de algumas investidas na 7.ª Arte com resultados deveras positivos ou não tivesse, o seu filme “A Culpa” - que escreveu e realizou -, sido galardoado com o 1.º Prémio no Grande Festival Internacional de Huelva, em 1982. 

Uma vida totalmente dedicada à música e para a música que o tem levado aos mais variados países quer como compositor, maestro, director de orquestra, professor, autor, apresentador e realizador de programas de televisão a juntar aos sete anos como adido cultural na Embaixada de Portugal em Viena, ainda não é currículo bastante, para fazer despertar a justiça política e o espírito de reconhecimento a quem tem as rédeas do poder.

António Vitorino D´Almeida é, sem dúvida, um Cidadão Português a quem urge fazer justiça, na forma de uma homenagem pública, para que sinta que a Terra onde nasceu não é madrasta, mas sim, uma Mãe que se orgulha dos filhos que gerou.

Estou certo que Amarante continuará a recebê-lo de braços abertos, com dignidade, simpatia e espírito fraterno.

Bem-haja por tudo o que fez e continua a fazer em prol da cultura e saber.

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